O conceito de Comércio Justo surgiu na década de 60 com o objectivo de garantir que os produtores recebessem a devida remuneração pelo seu trabalho, ao invés do “sistema” convencional, em que grande parte das receitas ficam para as entidades intermediárias entre o produtor e o consumidor. Além de criar condições sociais mais justas, o comércio justo pressupõe também a concordância das cadeias produtivas com padrões ambientais equilibrados.
Numa cadeia de comércio justo, existem apenas três entidades envolvidas no processo: o produtor, o importador (uma Organização Não Governamental de Desenvolvimento ou ONGD sem fins lucrativos associada ao movimento) e o vendedor final. Cada um destes intervenientes recebe em média um terço do valor de venda do produto ao público e o consumidor paga pelo produto um preço competitivo e com valor ético.
Além de conseguir este equilíbrio de sustentabilidade em toda a cadeia, o comércio justo pretende ser também um movimento sensibilizador do consumidor para a relação directa entre as suas opções de compra tem nas condições de vida em diversas partes do mundo e nas maiores ou menores injustiças ao nível da comércio internacional. Praticar um comércio responsável tem, assim, implicações que extravasam o âmbito económico e incluem também as esferas social e ecológica.
Os dez princípios do Comércio Justo:
1 – Criação de oportunidades para produtores economicamente desfavorecidos
2 – Transparência e responsabilidade na troca de informação e na tomada de decisões
3 – Práticas comerciais justas, estáveis, duradouras, em respeito pelo bem estar social, ambiental e económico dos pequenos produtores
4 – Pagamento de um preço justo pelo trabalho dos produtores, sem desigualdades entre géneros
5 – Renúncia total ao trabalho infantil ou forçado
6 – Compromisso de não discriminação, igualdade de géneros e liberdade de associação
7 – Assegurar boas condições de trabalho, saudáveis e seguras
8 – Incentivo à capacitação dos produtores e desenvolvimento das suas competências
9 – Promoção dos princípios do Comércio Justo aos consumidores
10 – Respeito pelo ambiente: Recurso a matérias-primas provenientes de fontes exploradas de forma sustentável; Redução consumo energético e uso de tecnologias com baixas emissões de GEE; Redução impacto dos resíduos produzidos no ambiente; Primazia a métodos de produção biológica e a produtos reciclados ou biodegradáveis.
Algumas entidades mundiais
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Fair Trade Labelling Organisations International (FLO Internacional)
A FLO Internacional foi criada em 1997 por 14 “iniciativas nacionais” e tem sede na Alemanha.
O selo “Fair Trade” é atribuído, em cada país, por essas “iniciativas nacionais” (entidades) de certificação, que definem, juntamente com a FLO os critérios de certificação de produtos, produtores, indústrias e comerciantes, promovendo e atribuindo o selo “Fair Trade” no respectivo país.
Em 2003, foi criada a FLO-CERT, empresa interna de funcionamento independente, responsável pela inspecção e certificação de produtores e do comércio.
Actualmente, a FLO tem 25 membros, entre os quais 19 iniciativas nacionais de certificação, 3 redes de produtores, 2 organizações de marketing e 1 membro associado. Através
Para conhecer membros: http://www.fairtrade.net/our_members.html
Para conhecer iniciativas nacionais:
http://www.fairtrade.net/labelling_initiatives1.html
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European Fair Trade Association (EFTA)
A EFTA (Associação Europeia do Comércio Justo) é uma Associação composta por dez importadores de comércio justo em nove países europeus (Suíça; Itália; Aústria; Holanda; Alemanha; Espanha; Bélgica; França e Reino Unido). A EFTA foi criada de forma informal em 1987, tendo ganho estatuto oficial em 1990. Está sediada na Holanda.
Para conhecer membros: http://www.european-fair-trade-association.org/efta/members.php
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A WFTO (Organização Mundial do Comércio Justo) é uma rede global com mais de 450 membros que são representativos dos princípios do Comércio Justo em todas as fases da cadeia, desde o produtor ao vendedor. A WFTO opera em 75 países dos vários continentes no sentido de promover o comércio equitativo e a defesa dos direitos dos produtores, através de campanhas de sensibilização, de marketing, monitorização, defesa de políticas mais justas e acompanhamento legal do tema.
O seu maior compromisso reside na luta pela erradicação da pobreza através de um desenvolvimento econômico sustentável, de políticas e práticas ambientais e sociais e do investimento contínuo no apoio a artesãos, agricultores e comunidades de produtores marginalizados, oriundos de alguns dos mais fragilizados locais do mundo.
O selo do WFTO identifica os produtos de organizações que obedecem aos princípios do comércio justo.
Para conhecer membros: http://www.wfto.com/index.php?option=com_content&task=view&id=6&Itemid=37
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A NEWS! é uma rede europeia de "world shops" que coordena a cooperação entre lojas de comércio justo em toda a Europa ocidental. A rede é formada por 15 associações nacionais de 13 países que representam, juntos, cerca de 2.500 lojas e que, por sua vez, contam com o trabalho de mais de 100.000 voluntários.
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Organizações Portuguesas que apoiam o Comércio Justo
AJP – Granja do Ulmeiro
www.ajpaz.org.pt
Alternativa – Barcelos/Braga
www.alternativa.comercio-justo.org
ARCA - Faro
www.arca-algarve.org
Assoc. Desenv. Social Freg. Margaride (O)
Tel. 255926329
Aventura Marão Clube - Amarante
Tel. 255423147
CIDAC – Lisboa
www.cidac.pt
Cor de Tangerina – Guimarães (O)
Tel. 253542009
Cores do Globo – Lisboa
www.coresdoglobo.org
Equação/ACJ – Amarante (O)
http://www.equacao.comercio-justo.org
Mó de Vida - Almada/Pinhal Novo
www.modevida.com
OIKOS – Lisboa
www.oikos.pt
Planeta Sul /Latitude Zero – Coimbra/Lisboa
www.latitude0.net
Reviravolta – Porto
www.reviravolta.comercio-justo.org
Terra Justa - Peniche
www.terrajusta.net |